Em busca de si mesmo!

"Só aquilo que somos realmente tem o poder de curar-nos". Carl G. Jung

Constelação Familiar

Constelação Familiar e Organizacional
                       "Ajudar é uma arte."
                                                          Bert Hellinger
A Constelação Familiar e Organizacional é um processo vivencial, uma terapia breve, contendo um grande poder de síntese, e de atuação. Harmonizando a pessoa, seu ambiente de trabalho, sua residência, situações e dificuldades que se repetem, vícios, incômodos físicos e corporais, atitudes ou pensamentos indesejáveis, limitações ou crenças errôneas, relacionamentos, frustrações pessoais e profissionais, solidão, família, empresa, instituição, hierarquia no lar e nos negócios, medos, culpa, perdas, apegos, situações traumáticas, sentimentos e movimentos bloqueados... 
As Constelações podem serem feitas individualmente, presencial ou por Skype, ou ainda, em grupo. Basta agendar.

Consiste em um trabalho terapêutico de entrega, sem expectativas, com o alcance que corresponde a abertura e a real permissão interna do cliente. Indo no que é mais necessário ser visto e retomado de uma nova forma, com um novo olhar, sob a Luz das Constelações!.

"O essencial é simples!"
"A pergunta pelo sentido da vida cessa quando se encontra a harmonia"
                                                                                          Bert Hellinger                      



Trazemos em nos as informações das influências de nossos antepassados.
A Epigenética é a ciência que comprova que o modo de vida e o ambiente influenciam nos genes, e contribuem na constituição física e psíquica do ser humano, repercutindo nos seus descendentes por várias gerações.
Constatamos essa veracidade nas vivências das Constelações Familiares e Organizacionais.
( Na guia de Feng Shui, postei um resumo sobre epigenética)


http://www.institutohellinger.com.br/principal/index.php 
                                                                                          
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constela%C3%A7%C3%B5es_familiares
 
http://www.youtube.com/watch?v=R4kSqG2n3mU&feature=related


Os princípios da Física Quântica aplicados nas Constelações Vera Bassoi

“Quando explico o que é uma constelação familiar e como é o uso da técnica, percebo que existe uma grande dificuldade das pessoas entenderem como se dá esse processo. Por ser muito recente a introdução das constelações no Brasil e por ser, também,   completamente diferente dos padrões convencionais de técnicas psicoterápicas, a dificuldade maior existe por falta do conhecimento de determinados princípios fundamentais da Física Quântica que embasam os fenômenos energéticos.  
 A constelação ocorre dentro de um campo de energia (campo quântico) que se forma com a participação de um grupo de pessoas que entram em sintonia com a energia do sistema familiar daquele que vem em busca de soluções para as suas dores pessoais. É preciso lembrar que dentro de um sistema familiar existem pessoas vivas e outras que já morreram.
Para entrar em sintonia não é preciso fazer nada, a não ser estar ali presente e perceber as sensações que ocorrem no seu corpo, como também as emoções que poderá sentir em determinado momento. É importante deixar a razão de lado e conectar-se tão somente às sensações e emoções.                                                                 
• O primeiro ponto a ser compreendido e aceito é o fato de que a nossa mente não está localizada no cérebro, portanto, ela é “não  local” (princípio quântico da não-localidade dos elétrons como ondas), portanto, a mente é energia e os pensamentos são ondas emitidas que circulam pela atmosfera.  Como uma onda de rádio, de televisão ou de celular pode ser captada a distância, assim também é possível captar os pensamentos, sentimentos e dores emocionais daqueles que fazem parte de um determinado sistema familiar.
Por sinal, a Parapsicologia já provou a telepatia há muito tempo. Só que nas constelações, vamos além da telepatia, dado que acessamos não só os pensamentos, mas também as dores físicas, emocionais e espirituais do sistema como um todo, incluindo os antepassados, não importando a quantas gerações haja se formado um nó energético que enredou aqueles que vieram depois e que foram atraídos por vibrarem na mesma freqüência das ondas eletromagnéticas transgeracionais.                                                           

• O segundo ponto a ser compreendido é que nós não somos apenas este corpo físico visível com o qual nos identificamos.  Como todas as coisas que existem na Natureza, somos constituídos de energia. A parte visível é a energia condensada que os nossos olhos vêem e que podemos sentir através do tato. Nosso corpo físico é tridimensional o que, naturalmente, nos leva à compreensão de que os olhos enxergam tudo que está na terceira dimensão. Entretanto, a maior parte do que somos é invisível aos olhos porque é energia sutil, não condensada, e está em todas as dimensões simultaneamente. Portanto, além do corpo físico temos um campo bio-eletromagnético que permeia e contorna o físico e que é invisível aos olhos comuns. Esse campo energético é conhecido pelo nome de “aura”.
Desde a antiguidade que os povos do oriente têm conhecimento da “aura” e encontramos esse conhecimento registrado em muitos livros por diversos autores. Pessoas que possuíam o dom de ver além do físico, as chamadas clarividentes, relataram suas observações que mais tarde foram comprovadas através de aparelhos de radiestesia, pela foto Kirlian ou bio-eletrografia e hoje, com aparelhagem mais sofisticada, pode ser vista e analisada em tempo real através da tela de computadores preparados para tal. Portanto, não há mais como duvidar da existência da energia que constitui a maior parte do ser humano. (Nota: Trabalhei durante 15 anos com a bio-eletrografia, analisando as chamadas fotos kirlian...( é fantástico! ).

• O terceiro ponto ou princípio da Física Quântica, que é primordial  e deve ser considerado nas constelações, é a questão do tempo, ou seja, o presente, o passado e o futuro estão ocorrendo simultaneamente no aqui/agora.                                            
Sei que essa questão é muito difícil de ser interpretada pelo fato de que sempre consideramos o tempo linearmente, ou melhor, sempre pensamos que o tempo pode ser representado por uma linha reta horizontal onde o passado fica a esquerda, o presente é um ponto central e o futuro fica a direita.
Essa idéia está tão fortemente enraizada que dificulta a mudança de parâmetros quando lidamos com o passado, principalmente um passado distante, trazendo-o para o aqui e agora no presente, com o intuito de apaziguar a alma daqueles que foram injustiçados, daqueles que morreram com mágoas no coração, daqueles que levaram culpa em suas almas, daqueles que foram excluídos do seio familiar, que morreram nas guerras sangrentas, que foram abandonados, traídos, não amados, abortados, acidentados cuja vida foi ceifada prematuramente,etc...
A meu ver, o que a constelação familiar faz de mais espetacular, e que até agora não vi nem ouvi nenhum colega da área comentar, mesmo  em todos os cursos que já freqüentei com especialistas consteladores, e que vejo constantemente acontecer, é a cura das almas dos antepassados, aliás, de muitas almas, além da cura das feridas emocionais daquele cliente que trás a questão a ser trabalhada e, ainda mais, com o efeito dominó que essa cura tem em todos os membros do sistema familiar atual. Esse efeito dominó também atinge aqueles que vêm depois, ou seja, as futuras gerações.

Portanto, as constelações, quando feitas com amorosidade, não só mostram para o cliente onde aquele determinado nó teve início, como mostra que não podemos absolutamente julgar ninguém, muito menos aqueles que tiveram destinos pesados. E isso cura a alma do cliente quando ele entende que por um amor cego, inconsciente, a alma dele resolveu assumir algumas dificuldades que eram de alguém que foi excluído do seu sistema familiar tendo causado um desequilíbrio e uma grande dor na alma da família; portanto, por uma causa maior, para que se restabeleça o equilíbrio rompido, a alma dele (cliente) se entregou em sacrifício.
A partir daí eu o esclareço que seu sacrifício inconsciente não foi suficiente para estabilizar ou repor a ordem dentro do sistema, mas que é possível conscientemente fazer isso agora, desde que o passado, o presente e o futuro estão acontecendo neste instante. Então, no devido momento, os excluídos são novamente incluídos no seio familiar, as reconciliações são feitas, os antepassados são honrados, e todo o sistema vai se acertando, novamente, com a participação do representante do cliente que, na verdade, representa a alma dele.
Todas as dores vão desaparecendo, cada um vai encontrando o seu devido lugar, a consciência se modifica dando lugar a uma ordem do amor.
É nítida a transformação que ocorre em cada um, principalmente no cliente que, no final, entra no lugar onde estava o seu representante. E dali ele tem a visão de todo o sistema rearranjado. Sente-se leve e feliz.”

http://www.bahianoticias.com.br/justica/noticia/50050-039-a-pessoa-passa-a-se-conhecer-melhor-039-diz-juiz-que-atingiu-100-de-concialiacoes-com-tecnica-a.html~

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Sábado, 22 de Novembro de 2014 - 00:00
'A pessoa passa a se conhecer melhor', diz juiz que atingiu 100% de concialiações com técnica alemã
por Bruna Castelo BrancoO magistrado Sami Storch atua nas cidades de Amargosa e Castro Alves
http://www.bahianoticias.com.br/ckfinder/userfiles/images/380x380x10368187_784437461629016_1816857689423888350_n.png.pagespeed.ic.5qDeNuATmf.pngA Semana Nacional de Conciliação, que começou na Bahia no dia 17 e vai durar até o dia 28 de novembro, é um evento que envolve todo o Poder Judiciário, além de partes e advogados, que tenham o interesse em conciliar na Justiça do Trabalho da Bahia – e, de acordo com o Tribunal Regional do Trabalho, 2.678 audiências foram agendadas. Entre os juízes que preferem promover a conciliação, um chamou a atenção por conseguir 100% de acordos nas comarcas das cidades do interior da Bahia Amargosa e Castro Alves. O magistrado Sami Storch usa uma técnica criada pelo terapeuta e filósofo alemão Bert Hellinger, chamada “constelações familiares sistêmicas” que vê o indivíduo não como um ser sozinho, mas parte de um sistema. Sami Storch, depois de estudar a técnica com seu próprio criador, percebeu que também poderia ser eficaz no direito e nas conciliações de partes envolvidas em conflitos. E, a partir dos estudos de Hellinger, surgiu a expressão “direito sistêmico”, técnica utilizada por Storch que apresentou resultados positivos no âmbito das conciliações jurídicas.
 “O direito sistêmico é uma técnica terapêutica que, quando aplicada para a resolução de conflitos, pode fazer com que a pessoa entenda como ela se envolveu”, relatou o juiz. Storch explicou que, em grande parte dos casos, o indivíduo entra em conflitos devido a traumas ou relações familiares problemáticas – e muitas vezes não têm consciência de onde surgiu o problema. De acordo com o magistrado, um erro de um antepassado pode alterar a relação de uma família por muitas gerações, o que pode ser a origem dos conflitos de hoje. “Com a técnica, a pessoa vê como o mesmo erro que cometeu pode ter sido cometido por seus antepassados. Pode ser decorrentes de traumas infantis, viu os pais fazendo algo errado, e acaba repetindo sem perceber”. Storch comentou que, através dos exercícios de terapia, as pessoas tomam consciência de que o problema não é pontual, o que facilita o entendimento entre as partes: “A culpa fica amenizada quando a pessoa vê que agiu como o pai ou o avô. Descobrimos a origem dos atos para as pessoas passarem a se ver como membros de sistemas. Dessa forma, a necessidade de culpar a outra acaba. A pessoa passa se conhecer melhor e, logo, reconhece a importância da outra”.

 
http://www.bahianoticias.com.br/ckfinder/userfiles/images/380x214x15980_508487852557883_1602097238_n.jpg.pagespeed.ic.jFDR9_i15O.jpg



O juiz explicou que, quanto mais afeto e proximidade havia entre as partes, mais difícil é a dissolução do conflito, já que as relações foram cortadas de forma mais brusca e dolorosa. “A solução não cura tudo de uma vez, mas facilita a reaproximação entre as pessoas que eram próximas, unidas, e brigaram. Nesses casos, a decepção é maior, a dor da separação foi maior”. Sami Storch comentou que a técnica terapêutica pode ser ampliada não apenas para os profissionais da área do direito, e sim para todos que trabalham com conciliação. O juiz também comentou que acha que os casos de conciliação no Brasil seriam maiores caso a técnica fosse expandida no país. “Não precisa ser necessariamente um juiz, qualquer profissional pode aprender. Eu conheci a técnica e quis adaptar para a justiça, mas percebi que facilita a conciliação de pessoas em geral. Por isso acredito em sua expansão, acho que pode auxiliar muita gente. É uma forma de educar a sociedade, ensinar as pessoas a aprenderem a conviver melhor a partir do autoconhecimento”. Sami esclareceu que o método não substitui uma terapia psicológica ou um acompanhamento psiquiátrico. “A técnica não cura tudo de uma vez, mas faz a pessoa se atentar para a dimensão do problema e a sua responsabilidade nele. A sessão não vai substituir uma análise de um psicólogo, uma terapia”, finalizou o juiz.

Relatório de uma Constelação Familiar em grupo

Facilitadora: Maria do Rosário Andrade Moura – ( Ruza )

Data: 30/01/2010  Local: Planalto - Belo Horizonte/MG

Cliente:  Pseudônimo Doroti, aproximadamente 40 anos, mineira, casada.

Questão:  Doroti relata que ela e seu pai não conseguem conversar direito e nem  se olhar nos olhos,  ela tenta  mostrar pra ele que é capaz e quer agradá-lo, mas sempre se atrapalha. A boa intenção acaba sendo mal interpretada, e apesar de seu esforço,  acaba tendo atitudes infantis.

Postura: Rosto e corpo arredondados. Os olhos arregalados, suas faces ficam vermelhas, agitada e ao mesmo tempo sem graça. Sentada, o corpo se inclina para frente, apoiada nas pontas dos pés.                                      
Olhando para mim, diz: “- Eu não entendo o que acontece comigo!”

Pergunto: Aconteceu algo trágico na sua infância?

Doroti: - Sim, minha mãe morreu quando eu tinha 5 anos. Mas, isso eu já Constelei.

Pergunto: E o que aconteceu depois disso?

Doroti: - O meu pai foi namorar uma, (olha para o alto de lado como se localizasse no tempo e espaço a situação), uma puta de zona. Ai! Como eu detesto lembrar. (Doroti está muito nervosa, abaixa a cabeça olhando pra si mesma, parece buscar no seu ser as recordações mais profundas...).  - Mas, foi por uns tempos, acabou... (Complementa Doroti.)

Pergunto: E ele se casou, novamente?

Doroti: - Com aquela lá. Como eu a odeio. Não a suporto, não aceito. Não me dou bem, mesmo! Não entendo porque meu pai fez isso! ( Refere-se ao casamento do pai )                                            ( Doroti esta se retorcendo na cadeira, o coração quase solta pela boca, de tanta emoção)

Pergunto: Qual seria uma boa solução?

Doroti: Quero entender o que se passa comigo, e me entender com meu pai.

Procedimentos: Peço a Doroti que escolha uma representante para ela e um para seu pai.
Ela se levanta, mas não sabe quem poderia ser. ( Está um pouco desnorteada )
Pergunto, então, aos demais participantes, quem se disporia a representar a Doroti.
Assim, diante da voluntária, Doroti fica feliz, escolhe e a convida para representá-la.
Depois o pai.  Doroti posiciona o representante do pai e dela mesma, de forma que não se olham, e o olhar de cada um tem direções diferentes.
Peço que ela volte a se assentar perto de mim. Levanto-me devagar e aguardo.
Nisso a representante de Doroti começa a reclamar de uma dor no peito  e de um calor imenso.
O pai nem se mexe, tem o olhar perdido ao longe, na horizontal. Pergunto para o representante do pai, o que se passa e ele me responde com indiferença: - Nada
A representante de Doroti está ainda mais aflita. Diz sentir um calor subindo em seu corpo. Pede para tirar a blusa de cima, e a tira.
( Estarei usando “Doroti” enquanto ela estiver sendo representada )

Trago a “mãe” dela e a coloco um pouco atrás quase do seu lado esquerdo. A mãe segura na mão de “Doroti”, que com isso, se acalma um pouco. Mas ainda, um pouco agitada, tira os sapatos, olhando para o pai. O pai muda de posição, virando-se de frente para a cena e passa a olhar na direção da mãe. Seu olhar agora está presente.
Tenho a intenção e esboço um movimento de levá-las até ao pai, nesse instante, “Doroti” abraça a mãe fortemente.  A mãe a acolhe e ficam assim, bem grudadinhas.
A mãe não olha para o pai só para “Doroti”.
Agora, tenho a intenção de levar o pai até as duas, mas o pai se adianta e começa a andar em volta das duas, o olhar do pai está fixo na mãe e “Doroti” se agarra mais ainda á mãe. Os passos do pai estão cada vez mais largos e o seu olhar fixado no rosto da mãe. Ele da varias voltas apertando o circulo, parece querer a atenção da mãe e se sente impedido de chegar perto e de estar com a mãe. Esta continua abraçada a filha olhando exclusivamente para ela. Ele persiste, parece irritado com a situação. Tenta empurrar  a mãe com as costas nas costas dela, mas não consegue ser notado. Dá novamente mais uma volta e para do lado direito da mãe e a empurra com o ombro esquerdo como que abrindo espaço. (Atitudes firmes, mas não  violentas). Então, de repente a mãe o nota e o inclui no abraço.  Ele estende o braço em sua cintura. Nesse momento “Doroti”  se afasta um pouco dos dois. E os pais ficam lateralmente abraçados e, felizes trocam um breve carinho.

Pergunto: Como é pra você ver seus pais assim?

“Doroti” os olha, mais tranqüila, e diz: - Estou sentindo que eles se amam! (Respira aliviada). Nesse momento substituo a representante pela própria Doroti, que participou atentamente assistindo. É o momento dela começar a vivenciar a sua “solução”. Doroti fixa seu olhar no rosto do pai. O pai, agora junto a mãe, consegue olhar para Doroti, ela fica feliz com isso e não tira os olhos dos olhos dele.

Sugiro a Doroti uma frase, para que ela a repita para o pai: - Querido pai, quero te contar um segredo. Ela repete: -Querido pai, quero lhe contar um segredo.

Sugiro a continuação da frase: -Um dia, eu acreditei  que o meu amor te bastasse!
Doroti  repetiu e ao final da frase arregalou os olhos assustada , olhou para mim e  questionou com um gesto.

Repeti a frase dando ênfase ao seu início e a completei , dando ênfase também ao final:      - Um dia, eu acreditei que o meu amor te bastasse, mas agora eu sei que não, agora eu sei.
A frase tocou fundo a Doroti, que percebeu o que se passava com ela, espontaneamente repetiu a frase por completo, com sentimento e inteireza. Ao final ela sorriu aliviada. Seu semblante estava iluminado. O pai sorriu para ela, confirmando com a cabeça. Assim,  ela e o pai puderam se abraçar carinhosamente. Todos estavam em paz!

Doroti  fez uma reverencia aos pais, disse sim e obrigada pela vida. Disse que agora como adulta poderia cuidar dela e que eles estavam livres. Pediu a benção para seguir em frente e assim o fez.



Conclusão: Quando um filho interfere nos relacionamentos dos  pais ele esta violando  a ordem. A vida dos adultos e suas escolhas só pertencem a eles, seus destinos devem ser respeitados pelos filhos.
Por amor, a criança pode querer proteger os pais. No seu mundo mágico ela acredita que seu amor lhes basta e pode querer escolher por eles, esquece a hierarquia, que eles são grandes e ela é  pequena.
No caso de Doroti ela percebeu a fantasia em que vivia sua criança interna e passa a assumir uma visão e atitude de uma mulher adulta. Ficando no lugar de filha, respeitando as escolhas do pai. Agora o amor pode voltar a fluir sem expectativas e sem exigências.




CONSTELAÇÕES FAMILIARES

"Quando compreendemos onde estão as obstruções da família, o amor tem chance."
Bert Hellinger
 
 Com origem na Alemanha, este método de terapia familiar sistêmica foi criado por Bert Hellinger há poucos anos. As Constelações Familiares mostram que muitos dos nossos problemas físicos e emocionais às vezes não têm origem em nós, mas em situações que existem ou que existiram na nossa família, e que muitas vezes nem temos conhecimento. A consciência desses emaranhamentos pode nos libertar das causas  de nossos problemas e infelicidades. Como o  nome indica, este trabalho visa criar uma nova constelação (agrupamento) onde as ordens do amor são respeitadas e  todos os membros do sistema familiar são reconhecidos e honrados  em seu devido lugar. Somente assim,  a harmonia entre as pessoas ou situações é restabelecida.

COMO FUNCIONA? As Constelações Familiares são criadas por um conjunto de pessoas que representam e recriam uma situação por ser resolvida, com a intenção de encontrar as respostas para problemas nos quais a pessoa  que está constelando se encontra. Numa constelação, quem constela tem a oportunidade de conhecer a "imagem interior" de sua família de origem ou da família atual. Para isso, são escolhidas dentro do grupo, pessoas representantes de seus familiares, que são  posicionados uns em relação aos outros, de acordo como ele sente que elas estão ou estiveram. Desta forma é possível ver e sentir aquilo que estava oculto e  desordenado, tanto em acontecimentos que ocorreram no passado, como  em dinâmicas atuais. O próximo passo é   encontrar o caminho da mudança dessas imagens e novas soluções que restabeleçam o fluxo do amor, onde ele tenha deixado de fluir. A razão do problema atual,  fica então desbloqueada.

A QUEM SE DESTINA: Destina-se a todas as pessoas que desejam trabalhar suas relações familiares e amorosas, assim como problemas de saúde, comportamentos destrutivos, perdas e/ou luto, dificuldades financeiras, acidentes graves, envolvimento com drogas, entre outras questões. As Constelações Familiares podem possibilitar a compreensão e dar respostas para estas e muitas outras questões. Tanto quem traz um tema a ser trabalhado como os participantes, se beneficiam da experiência.



Segundo relato de uma Constelação Familiar em grupo:
Data: 12/03/2010 -  Belo Horizonte/MG

Cliente:  Pseudônimo Lena, aproximadamente 40 anos..

Questão:  Lena queixa-se que ela não consegue se engajar, criar vínculos, assumir a inclusão. Conta que sempre se destacou em tudo e era sempre melhor que seus irmãos. Em sua profissão é homenageada, mas não consegue receber verdadeiramente e se achar merecedora. É como se não fosse com ela. Relata que isso é desde criança. E que está sempre dividida entre duas possibilidades. É difícil para ela estar conectada, com os sentimentos, às emoções. Fica de fora até do que lhe é pertinente, assistindo, como se o acontecimento não a pertencesse.

Pergunto: Algum fato marcante, na sua infância, que te remeta a tal situação?

Lena: - Quando fiz a 1ª comunhão, eu fiquei com meus pais no piso do altar, lá na frente, longe dos outros colegas. Representava um privilégio, eu mais uma vez estava sendo distinguida e separada. Eu queria estar e ser como meus colegas, mas era meu aniversário...

Pergunto: Quantos irmãos vocês são?

Lena: - Seis irmãos. Sou a quinta filha e a única mulher. Mas, sempre fui melhor que meus irmãos.

Pergunto: Algum aborto ou natimorto?

Lena: Não

Pergunto: Aconteceu algo trágico em sua família?

Lena: Não, mas minha avó morreu no parto de minha mãe.

Pergunto: Qual seria uma boa solução?

Lena: Eu me sentir merecedora. Trabalhar e sentir o merecimento.

Procedimentos: Peço a Lena que escolha um representante para ela e um outro para o "Merecimento".
Lena posiciona o Merecimento distante e de costas para a representante dela.

Dinâmica: A representante de "Lena" se mostra com o corpo oscilante, parece sem forças. Penso em colocar uma representante para sua mãe, atrás de “ Lena”. Mas, enquanto isso “Lena”  abaixa mais ainda a cabeça e anuncia que a sua frente,  no chão,  tem um morto.
Peço então, que se deite, de costas, um representante para o morto.
A representante de Lena se agacha e chora. Olhando para mim e pegando na mão do representante estendido, e diz: - É minha avó! E se deita ao lado dela. A avó Ana e a neta “Lena” trazem um choro angustiado e melancólico. Existe ali uma inconformidade. O choro trás um tom colérico.
 
Trago uma representante para mãe de "Lena". Peço que se deite do lado direito de Lena. Mas nada acontece.      ( Lena, me informa que sua mãe ainda vive e se chama Laura).
Peço, então que a representante da mãe fique deitada ao lado direito da avó, mãe dela.
Percebo que Lena, na cadeira, assiste a sena comovida. Quando percebe que eu a observo, enxuga as lágrimas e apruma o corpo, tomando um distanciamento da cena. Antes que Lena se desconecte, como é seu costume, convido-a ficar no lugar de sua representante. E assim, Lena, chorando muito, pode dar vazão aos seus sentimentos junto a avó. Dessa forma,  a avó tem do seu lado esquerdo a neta e do seu lado direito a filha. E se lamenta: - Como isso pode acontecer a uma mãe?!..Ter que deixar uma filha ao nascer no mundo?!.. Eu não me conformo!..
A mãe de Lena parece tranqüila aconchegando-se na mãe dela.
Depois de reconhecimentos, choros e lamentos, trocam carinhos. A avó está mais calma e a filha lhe olha com ternura e paz.
Peço então a “Laura” que lhe diga: - Mamãe, aconteceu como tinha que ser!
“Laura” confirma para mim que esse é o seu sentimento e repete: - Querida mamãe, aconteceu como tinha que ser! Acrescento ao final: - Está tudo certo.
Laura serenamente concorda  com a frase e a repete: - Está tudo certo!
A avó, mesmo mais calma, ainda, não se conforma, a neta também não.
Nisso a representante do Merecimento mostra-se agitada e impaciente. Pede pressa na solução, quer resolver a seu modo. Diz querer levar a avó com ele, diz que quer acabar logo com tudo. Com tanta obstinação. Peço um tempo e duvido da autenticidade da representante, checo e digo a ele que ele é parte de Lena. E Lena confirma com a cabeça e o reconhece como um modo seu de atuar na vida.
O Merecimento de pé se coloca ainda mais perto da avó que continua deitada. A avó se desespera com a presença dele, pede que eu o retire. Digo a ela que tudo vai ficar bem.
Coloco representantes para a mãe da avó, a bisavó de Lena e um "Anjo da Guarda" para avó.
A bisavó se agacha e coloca a sua filha no colo. Agora a avó fica mais tranqüila. O Anjo trás harmonia a situação.
A bisavó pede mais tempo para o merecimento e ele a atende.
Agora Laura ajoelhada ao lado da mãe, segura carinhosamente a mão de sua mãe , sugiro uma seqüência de frases que ela repete com sentimento e diz: - Veja, deu tudo certo! Eu cresci e fiz muitas coisas boas. Agora, minha mãe, eu tomo a vida de você ao preço que te custou e custa a mim também! E vou fazer algo de muito bom com ela em sua homenagem. A mãe de Laura, responde que sim, acena com a cabeça e até sorri.
- Coloco, agora, a mãe de Lena e Lena de costas para o “passado”. Laura se volta para filha Lena e a abraça, as duas trocam carinho e se entreolham.
Peço a mãe Laura que diga a Lena: Você foi uma das coisas boas que eu fiz em homenagem a sua avó. As duas sorriem concordando.
O “Merecimento” ainda está inquieto, próximo a avó e a bisavó e do "Anjo", mas dali, agora, já olha para a Lena e a mãe dela.
Lena de frente para mãe comenta de sua tristeza e sua dor em relação a morte da avó no nascimento dela.
Peço, então que Lena se ajoelhe e com isso se torne menor que sua mãe. Lena, ainda, não se mostra tranqüila como a mãe, parece não aceitar a postura da mãe diante da vida. Peço, então que faça uma reverencia a sua mãe. E Lena se curva até ao chão com amor. Nisso o "Merecimento" vem se aproximando das duas e fica entre o passado, as avós, e o presente, a mãe e a filha Lena.
Lena se ergue, olha para mãe e toma a vida, mas o seu olhar é de dor e inconformidade, ainda. Dou-lhe uma almofada que representa essa dor e a não aceitação do destino da avó e de sua mãe. Peço que a entregue a sua mãe. A mãe aceita de sua filha a dor e o não conformismo, em suas mãos, mas não fica com ela, joga a “almofada” ou a dor no chão, para trás. Pergunto a representante da mãe a quem pertence, e ela responde: -Isso não me pertence, pertence a vida.
Nesse momento, o “Merecimento” inclina-se de lado e segura a ponta da almofada que representa a dor e o inconformismo.
Lena diz sim e obrigada a sua mãe. Pede sua benção para seguir em frente e poder se sentir merecedora em sua vida. Sua mãe a abençoa e a abraça carinhosamente.
A representante do “Merecimento” senta-se na almofada que representa a dor. Agora ele já está de costas para as avós.
Coloco a Vida representada por um homem a frente de Lena e digo: Essa é a Vida. Ela sempre esteve aqui a sua disposição. Lena responde que sim, ela sente isso. Agora ela pode assumir o vínculo com a vida. Peço que dê um passo em direção a vida e ela o faz.
A representante do “Merecimento” se inclina e deita com a cabeça na almofada que representa a dor. Seu semblante é agora sereno. Assim como o semblante da avó e da bisavó, que agora pode deitar-se também.
Peço que Lena olhe por um breve momento para trás, para que ela veja o que ela conquistou chegando até ali. Lena olha para todos deitados e da um passo em direção a eles. Colocando a minha mão levemente em suas costas  digo: - Veja, eles estão em paz. Ela concorda aliviada. Direciono-a novamente para a vida, que a aguarda.
Lena pede um tempo para a Vida. Pergunto ao representante da Vida como é para ele ouvir isso, ele responde:       – Tudo bem! Posso te dar o tempo que você precisar, mas, eu gostaria que você se aproximasse mais.
Lena trás um rosto feliz, e os olhos arregalados nesse instante.
O representante da Vida abre levemente os braços para Lena, que primeiramente hesita. Digo: Veja a vida está de braços abertos para você. Ela acena com a cabeça que sim e em seu ritmo caminha em direção a vida e a abraça. A Vida a acolhe em seus braços e Lena se deixa incluir-se na vida, esta a entrelaça com alegria e carinho. Vê-se um momento de união e paz. Depois de alguns instantes eles se entreolham, os rostos estão aliviados e iluminados.
Agora Lena reverencia a vida diz sim e obrigada. Esta muito feliz, cheia de si. Plena e radiante.
Nesse momento dou por terminada essa Constelação, agradecendo a todos os participantes.



Conclusão:
Lena estava identificada com a avó, e com a não aceitação do destino da mãe e da avó. Sua forma de se fazer pertencer a vida trazia um fardo de uma dor e de uma inconformidade que não era sua.
O emaranhamento fora desfeito.
A avó pode ser acolhida pela bisavó e apaziguada e protegida por seu "Anjo da Guarda". A mãe pode tomar a vida da avó e passar para filha que agora pode se permitir estar inteira e incluir-se e deixar ser incluída merecidamente pela vida.

"O amor do espirito atua quando o coração bate junto com ele. Através da benevolência conosco e com os outros, de um bem querer cujo o amor permanece dentro dos limites impostos a nós e a eles."
                                                                         Bert Hellinger


"O impulso vital de todas as eras dança em minha vida nesse instante."
Rabindranath Tagore